quinta-feira, 27 de novembro de 2014

(...) Temos e somos vento quando é preciso, quando dá saudade, quando é tarde, e quando há vida.! ______________________ Érica de Paula

À margem de toda candura (...) ♫
(...) faz parte da gente sentir-se perdido dentro da gente mesmo. Sem nunca saber ao certo pra onde ir e, quando vai, não saber ao certo se está onde deve estar. E quando se está, não saber bem se fica ou se vai. Ou quando se vai, se deve mesmo ir ou voltar. Se o que nos falta está dentro ou fora ou se nos falta algo realmente. Se seremos para sempre esta incompletude, ou se a inteireza é um mero conceito para continuar caminhando. A vida é um constante não-saber. Que nos empurra e nos arrasta, que maltrata e abençoa. Que nos fere e que nos cura. Que acarinha e nos convida: para a próxima página; para o dobrar da esquina; para o sábado à noite; para o amanhã de manhã. A vida é ininterrupta descoberta, ainda que continuemos sem saber o que precisamos exatamente descobrir. Qual a chave correta que nos alivie, que nos declare se a ansiedade e as culpas que sentimos são de nascença ou fabricadas pelas coisas que nos repetiram ao longo da vida. Se a vida tem que ser isso mesmo. Pois é, a vida é um constante não-saber. Engrenagem sem prévio manual. Jogo de desconhecidas regras. Palco sem estabelecidas falas. Metades que buscamos preencher. O incômodo mais bonito que nossa alma poderia conceber. Que quando não nos leva e nos amansa, nos amorna, nos fazendo repetir os dias em 'stand-by', à espera de que o amanhã dê à nossa vida algum verdadeiro sentido. Ou nos arranhe e nos grite que não há nenhum sentido em esperar o amanhã para, então, sabermos...

Guilherme Antunes

Nenhum comentário:

Postar um comentário