domingo, 19 de fevereiro de 2017

A voz do vento...Ninguém sabe o que o vento quer dizer...Quem me faz uma letra para a voz do vento...

Estava subindo a rua aqui de casa e fui tomada por mais um tema ao olhar para o céu e constatar que mais uma vez o tempo estava diferente. Sentindo a brisa correr e vendo as nuvens mudarem de posição no céu, percebi uma falha humana. Nós olhamos a vida de modo extremamente objetivo, quando na realidade o que está por trás das mudanças pode ser algo imperceptível. Como o deslocar das nuvens no céu, como o balançar das árvores e das flores são movidos pelo vento, nós somos movidos por fenômenos invisíveis que se fazem perceptíveis quando tocam o externo, tal como sucede com o vento. Somos movidos pelas emoções que sentimos e que quando expressas são notadas. Somos movidos pelo desejo, movidos pela busca de sentido, somos movidos pela vida, pela alma. E, frequentemente, esta clama por atenção ao expressar-se como um furacão, um turbilhão, um terremoto, uma tsunami de emoções, mas, quem sabe isto seja por que não notamos que o tempo estava mudando? Que não somos sempre da mesma maneira, que na realidade o tempo todo estamos, e que talvez essa seja a dinâmica da vida: uma parcela de homeostase para um turbilhão de emoções.


Bons ventos!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

"Pessoas sonhadoras têm almas aladas. Sabem que a vida é feita de estações." _________________________ Noemi Prates

Cena do Filme "La La Land Cantando Estações"
Deslumbrada. Assim saí do cinema após assistir ao nostálgico “La La Land: Cantando Estações”. O filme é delicado e delicioso, e embora seja um musical (gênero que muita gente torce o nariz), tem um enredo leve e poético, que fala de amor, encontros e desencontros, escolhas e desistências e, principalmente, sobre a busca pelos sonhos. No longa, os caminhos de Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling) se cruzam numa fase de vida muito especial para ambos. Os dois correm atrás de seus sonhos, e se sacrificam nessa busca através de testes, audições, turnês e muita expectativa. Enquanto Mia trabalha numa cafeteria dentro de um grande estúdio e sonha em ser atriz, Sebastian é um saudosista, sonhando perpetuar o Jazz, gênero que está “morrendo”, e trabalha como pianista. Foi quase impossível não assistir ao filme recordando minhas escolhas, meus sonhos, minhas conquistas e as concessões feitas durante a vida para concretizar esses sonhos. Porém, saí do cinema com a sensação de que nem todos os planos cabem numa única vida, e que a realização de alguns sonhos impõe a desistência de outros sonhos. Somos vários. Abrigamos diversos caminhos e finalizações em nossa alma, e muitas vezes um caminho não suporta a existência de outro, e o negócio é aprender a conviver com os sonhos que não resistiram como realidade. Talvez o que o longa queira traduzir é isso: a gente sempre vai ter um pouco de saudade daquilo que não viveu, das escolhas que não fez, de tudo o que poderia ter sido e não foi. É esse o golpe final do filme, numa cena de encher os olhos de lágrimas. Mas antes disso também descobrimos que estar onde estamos, cercados das pessoas que amamos e fazendo aquilo que sonhamos é nossa maior recompensa, ainda que alguns sonhos tenham sido deixados ao longo do caminho. Reconhecer nossos presentes e conviver bem com as consequências de nossas escolhas é a chave para acolher com alegria tudo o que coube em nossa vida. Em certo momento, Mia diz a Sebastian: “Eu sempre vou amar você”. E a gente entende que nesse momento ela sela um pacto com o sentimento presente. E mesmo que mudem-se as estações, é esse pacto que a manterá sempre feliz. E, junto a Mia, recordamos os diversos pactos que fizemos durante a vida e que igualmente nos mantêm de pé: pactos de não deixar morrer o amor, de prosseguir se divertindo, de nunca agir como aquele fulano que a gente abomina, de ter uma família, de ser um pai presente, de aprender a cantar ou escrever um livro. La La Land é um filme sobre sonhos, mas também sobre amadurecimento. Sobre crescer sem deixar de lado a poesia e a delicadeza. Sobre confiar nos caminhos consolidados mesmo que isso signifique tomar um rumo diferente daquele que a gente supôs. Sobre ir em frente deixando um pouco do que éramos pelo caminho. E, principalmente, sobre a capacidade de sonhar mesmo quando a vida endurece em nossas esquinas.



Fabíola Simões

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Queria tê-lo chamado para ir ao cinema e descobrir qual era o seu filme favorito, ou escutado uma música com ele e ter conhecido o estilo musical que mata com prazer os seus silêncios, mas não o fiz. ___________________________________ F. Galarreta

Você pergunta à semente quais seus planos por querer garantias que te afastem deste medo besta do depois. Quais garantias, de fato, podemos ter na vida? As pessoas vivem se encontrando e se perdendo. As flores vivem colorindo e depois morrendo. Os laços vivem sendo feitos e depois rompendo. A vida assusta os desavisados assim mesmo, quando ela parece desse jeito, sem eira nem beira, do avesso, louca, pouca, muita, acolá das razões que nos afastam das alternâncias e que nos cercam na nossa ilusória zona de conforto. E quando passamos a saber que a vida é palco de muitas cores e incertezas que nos trazem o novo e a força, como as sementes que gritam amanhã qualquer da nossa colheita, aí podemos respirar macio e criar o bom e o melhor, trilhar o insuspeito, navegar pelo mistério, iluminar as nossas sombras e escolher qualquer caminho e qualquer sorriso que inevitavelmente acolherá o coração.




Guilherme Antunes.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

"O ruído do mundo é feito de silêncios"



“São muito importantes os encontros com outros, com pessoas ou lugares, porque propiciam inspiração e coragem para se escapar às rotinas tediosas. Ocorre um desperdício de oportunidades, sempre que um encontro se realiza e nada acontece. Na maior parte dos encontros, orgulho ou cautela ainda proíbem alguém de dizer o que sente no mais fundo do íntimo. O ruído do mundo é feito de silêncios.”


 (Theodore Zeldin – historiador inglês)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O vento enleva, penso a enormidade de um amor, o tempo aguça sonhos, de ontem o vento venta todos os céus e naquela meia hora a tua lembrança faz o poema sorrir saudade. _____________ Dan Cezar

"No meio dos meus tropeços deixei algumas janelas da alma abertas e por mais alvoroçadas que as cortinas ficavam, eu sabia o quanto aquele vento era necessário. As cortinas já não traziam mais escuridão, agora estas dançavam como bailarinas em liberdade. Teria ato mais falho do que ter deixado por alguns instantes os trincos abertos? Não! Nada foi mais falho que o próprio ato de negar esse meu desejo por nós."

D.A.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

"Pétala a pétala a vida vai se desvendando no meu jardim. Algumas vezes, dá de cair tristezas, um mal-me-quer aqui, outro ali. Noutras, meus olhos têm de se acostumar às surpresas de um bem-me-quer sem fim. Eu, que sou raiz, recebo com serenidade o vento que faz tempestade de desprendimento e leva, uma a uma, as pétalas de mim." ___________________________ (Sabrina Davanzo)

fev /2017
Balanço de janeiro? Foi ótimo. Fiz um montão de coisas. Coisas que prometi a mim mesma que este ano mudariam e para melhor. Não só alguns móveis que resolvi trocar de lugar. Guardar lembranças boas sempre foi de mim. Mas resolvi arrumar algumas, colocar em caixinhas que mantenho todas perfumadas, só pra poder, depois, recordar de novo. Arrumei meus pensamentos para poder ventilar mais minhas prioridades. Hoje comemoro mais uma primavera. Meu nome? Gratidão! Obrigada Pai!!