quinta-feira, 28 de junho de 2018

"O vento cósmico passa por mim... Desconstrói-me. Deixa em mim só o verdadeiro... O eterno. Dói o que se desmancha... O ilusório. E o que fica é forte... Essencial." ____________________________ Kamila Behling

Abençoadas sejam todas as voltas que a vida dá, pois numa dessas, a gente esbarra com a rainha, o sábio, o tolo, o rico, o bonito, o feio. A gente esbarra no mundo e percebe que no final do jogo, todos partilham do mesmo vestiário. A peça termina. Os aplausos cessam. A cortina se fecha e tanto o vilão quanto o mocinho dividem o mesmo camarim. Abençoada seja a alma sedenta que sossegará após ser alimentada, sem sequer exigir sofisticados manjares. Abençoado o cansaço de cada dia que não escolherá cama, mas repousará em qualquer banco achando ser um castelo. Abençoado o suor do trabalho e as mão calejadas que anunciam a ocupação no lugar da estupidez de mentes vazias. Bendito seja o silêncio, que se faz de vidente para a crueldade das palavras tolas. Bendito o riso, que ocupa lugar privilegiado na face sóbria de quem sabe viver. Abençoado o peso do saco de interrogações e da sacola de oportunidade que é manto sagrado de quem tem coragem para viver. Abençoada as declarações de amor, pois alivia o peito apertado e assegura a ausência do medo. Abençoado seja o dia em que o acaso nos faça tropeçar em poesia.

Ita Portugal

domingo, 24 de junho de 2018

Se me perguntarem qual o sentimento que considero mais bonito ou mais importante, vou abrir um sorriso e dizer: O correspondido. _______________________ — Martha Medeiros.

Um dia eu perdoei meu inimigo e fui forte. No outro eu pedi perdão e fui grande. Um dia mostrei minhas razões e fui eloquente. No outro ouvi meu próximo e fui humana. Um dia lutei pela minha causa e fui brava. No outro lutei pela causa alheia e fui gente. Um dia batalhei pelo que queria e fui perseverante. No outro dividi o pão e fui rica. Um dia recebi aplausos e fui admirada. No outro fiz o bem em silêncio e os anjos me aplaudiram. Um dia usei a inteligência e fui respeitada. No outro usei o coração e fui amada! 


Autor Desconhecido

sábado, 9 de junho de 2018

O que deixava as tarde tristes? Ela se perguntava, caminhando devagar, o que há nesse vento que a fere?

Descansar a cabeça doente em areias claras. Não sentir culpa ao mimar os olhos com as reverências das ondas. Pensar nele de vez em quando. Nos objetivos, sempre. E desejar a água de coco mais gelada. O silêncio acobertando inquietações. As conclusões erguendo-se abatidas. Uma esperança de que nada mude. Mas que graça teria se tudo permanecesse? Cansar-se do conforto produz estímulo. Temperar a vida buscando momentinhos felizes. Posso pensar mais um pouco? Enquanto observo o mar escurecer cheio de adeus. Posso? Posso saciar a mágoa com lágrimas? E posso protegê-las da exposição? Só quero encontrar alguma coisa que sei bem o que é. Mesmo assim venho sonhando, durante as tardes, que preciso. No momento, minhas boas intenções sofrem. Minhas mãos. As ideias. A segurança. E tudo pode parecer tão recente. O grito sem propósito. Eu não deveria ter passado a tinta por cima da angústia que me cerca. Mas que outro jeito conheço eu para escapar das tristezas? Quero continuar seguindo. De perto. De longe. Com algumas restrições. Revezo a atenção entre consequências e bisbilhotadas ao céu que se maquia de vermelho. E decido. Me interromper? Nunca.





domingo, 3 de junho de 2018

"Tô ótimo, voltei até a usar reticências, pontos e exclamação." ________________________ Caio F. Abreu

jun/2018
" Encontrar constância no teu fio condutor: define muito bem o que não queres para ti. Tenta tudo de novo, arrisca tudo de novo, troca todos os verbos, escolhe-te como sujeito desta oração. Reinventa, refaz, reorienta, reama, recomeça. É a (tua) vida. tua. Baralha e volta, crê que a sorte vai dar trabalho a conquistar e que nem todos os dias vão ser bons. Que vão existir muitos momentos em que a força te vai faltar, em que a fé vai vacilar, em que a coragem não se vai agigantar perante o medo do que não sabes. Sim, há dias em que seria muito mais fácil desistir, não tivesses tu gravada na pele a palavra resiliência."



(Sara - Essencia Abstrata)