quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Hoje, vou rogar a saudade que dê uma trégua para o meu coração. E só por hoje, enquanto contemplo a chuva, vou descaradamente fazer de conta que tua ausência não machuca. Só por hoje... _________________________ Romara Magalhães.

Um remorso.
 Eu o perdi para a saudade.

Fernando Coelho
Ouço a chuva bater na casa de esguia cumeeira. De minha cama, vejo pela cortina entreaberta, as gotículas formarem desenhos no vidro um pouço embaçado da janela... deixo o livro silenciosamente repousado sob os travesseiros, levanto-me e vou até o parapeito. Fico olhando a chuva lavar o jardim. Enquanto escuto os trovões, meu coração transborda você, num gesto quase adolescente escrevo seu nome no vidro baço da janela como quem desenha uma réplica de Portinari. Sorrio. Com alguns passos percorro a distância de volta até a cama, meto-me embaixo dos lençóis, fecho os olhos, solto um suspiro rouco e me entrego ao mundo dos sonhos... nele ainda somos inteiros, ainda somos nós, ainda nos pertencemos. Adoro chuva e essa certa melâncolia que nos aproxima de cálidas lembranças.


Romara Magalhães.

Nenhum comentário:

Postar um comentário