Tudo passa? Talvez não. Talvez esta seja uma visão inflexível demais sobre a transitoriedade da vida. Um amor não se faz eterno pelas lembranças? As mais duras mágoas não se transformam em sabedorias? Quantas paixões não mudam e ainda assim permanecem inteiras, no mais perfeito companheirismo? Essa efemeridade total parece dura demais, até mesmo para o meu típico realismo. Desumana demais. Eu prefiro acreditar em alguns eternos. Alguns, somente. Porque ainda assim algo é certo. Nem tudo fica. Não importa o quanto nos fazemos presentes. Não importa o quanto nos apegamos até mesmo à dor. Algumas coisas simplesmente não permanecem. Mágoas ou alegrias. Os desejos de dividir uma vida ou as óbvias ausências disfarçadas de liberdade. Então, eu tenho me permitido ser mais flexível. Não apenas para a ideia de que certas coisas não passam. Mas também para enxergar tudo o que não fica.
Matheus Jacob
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