quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"Quando sinto saudade não é porque a pessoa está longe, mas porque ela está dentro." _________________________ Marla Queiroz

"E, no limiar do meu ser,
pude sentir o vento passar e,
 assim como o vento,
já não me importam mais espelhos."

Rafael L. Toscano
Caminhamos sobre a terra noturna de nós dois. Amanhecemos sobre o mar aberto dos nossos olhares presos dentro um do outro. A distância cabe num veleiro. O vento, distinto no corpo de quem ama, é diferente. Este vento não passa. Ele sempre vem. E, trazendo a essência do amor distante, incorpora no outro, a transfiguração do solilóquio das bocas. O grande amor não perde tempo. Vive de saudade, mas exige que ela não seja efêmera. É real na imaginação sobre cada passo do outro, cada gesto, cada sorriso, cada silêncio. É sincero na paz. Porque a paz carece de lealdade. O grande amor não é como a eternidade. Um signo estático. Inalcançável. Subordinado ao desconhecimento. O grande amor se faz, se ajeita, se constrói, se refaz a cada caminhada errada. O grande amor só se mostra na delicadeza. E só.

Fernando Coelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário