sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Trecho do livro que ela estava lendo: ......................"O meu olhar alcança o longe. Contempla o território que me separa da concretização do meu desejo. O destino final que o olhar já reconhece como recompensa, aos pés se oferece como lonjura a ser vencida. Mas não há pressa que seja capaz de diminuir essa distância. Estamos sob a prevalência de uma imposição existencial, regra que ensina, que entre o ser real e o ser desejado, há o senhorio inevitável do tempo das esperas." ____________________________ do livro Tempo de Esperas

Porque ela era uma garota legal. Atrás daquela pose de não-me-importo-acho-que-sou-mesmo-inalcançável. Porque tudo que ela queria era ser protegida e amada, e não ter ou sentir tanta necessidade de se proteger de algo que nem sabe ao certo o quê. Porque ela era uma garota legal. Dessas que sua mãe vai gostar em qualquer esfera que esteja. Mas é que, depois de ter se machucado tanto, ela não sabe mais como agir. Porque quando ela se sente vulnerável, o mundo parece confuso e difícil. Talvez por isso de antemão ela seja sempre tão confusa e difícil. Mas ela era uma garota legal. Atrás daquela pose de não-me-importo-acho-que-sou-mesmo-inalcançável. E ela queria alguém que insistisse. Para além de toda a marra. Todo o dar de ombros. Toda a casca...Porque, por trás de todo o discurso neo-budista-não-vamos-criar-expectativas, existia uma menina que ansiava e esperava. Intensa. Sempre. E mais. Intensa. Sempre. E mais....



Elenita Rodrigues

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