segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

"Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa." (Ana Jácomo)


"Teu bom pensamento longínquo me emociona.
 Tu, que apenas me leste, acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
 Isso me consola dos que me viram, a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou, como se nunca me tivessem encontrado."
I Cecília Meireles I


"Afinal, existem os sãos,
existem os vãos, os loucos, e os normais...

...e existem os poetas."

Com as bençãos de Deus,
que venha 2015!
No varal das coisas ditas, estendo minha gratidão aos olhos cúmplices, que visitaram este- vendaval de idéias * - ao longo deste ano. Agradeço a gentileza daqueles que nas letras em que bordei meus aconchegos, nelas também se descansaram. Agradeço àqueles que fizeram da poesia, a ponte para afinados encontros. Agradeço a cada um que, mesmo não sabendo o inteiro alcance das minhas mãos, tomaram minhas sementes e as levaram para além dos meus curtos horizontes, expandindo-me aos literários reinos em que transitamos. Agradeço este ano generoso de portas e janelas, ruas e cenários, espinhos e absolvições; material pleno a despertar-me inspirações em todas as vezes que nasci palavra. Agradeço a vida por me permitir ser um pequeno tradutor de suas imensidões, confessionário das interiores marés de nós, delator eleito pelas próprias tempestades, das mentiras e verdades que escondemos por vergonha, mas que celebramos ao nos reconhecermos todos no espelho da literatura. Agradeço àqueles que sei dos seus nomes e àqueles que de nada sei, em que pude compartilhar nas costuras dos meus imaginários, aquilo que de mim tanto digo sem de mim nada dizer. Peço dirigido perdão a todos aqueles que na minha vida, pelas palavras os fiz pequenos, fazendo-me ainda menor por isto, ferindo pelo que deveria dizer quando nada disse, ou pelo silêncio que deveria ser a única coisa declarada, mas por mesquinhez o calei. Que eu possa ser versão mais nobre de mim que ainda não fui, refletindo mais as virtudes do que minhas sombras, nas palavras que, nas linhas e boca ainda me pertencerão. Obrigado por tudo e a todos neste ciclo.

Guilherme Antunes

*Adaptado

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