segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

"Pelo som das trombetas que ecoa nos quatro cantos do mundo! É o momento em que se confirma a "Anunciação " do anjo Gabriel à Maria..."

Querido Pai, bem sei que nesta época do ano a maioria das pessoas costuma reverenciar o Papai Noel e nele depositar suas expectativas. Porém, ao invés de escrever ao “velho de barbas brancas” pedindo um presente dentre todas aquelas opções que o comércio está exibindo nas vitrines, escrevo-te, no silêncio destas horas, contemplando o céu e vislumbrando a Grande Estrela de braços estendidos no horizonte noturno, talvez a mesma Estrela que um dia anunciou o nascimento de um menino, cuja missão seria marcante para os rumos da humanidade...Com a caneta entre os dedos, querido Pai, confesso-te que também eu, estou contagiada pelo espírito do Natal, e é ele que me move a escrever-te, porque o presente que gostaria de obter, não avistei nas propagandas e nem mesmo nos grandes centros comerciais. Peço-te humildemente que cheguem até nós, tempos de transcendência e de benevolência, onde os acontecimentos cotidianos revelem a tua verdadeira face. Peço-te a emanação de muita luz interior à humanidade, para que todos possam acreditar por dentro num Pai Maior, e não apenas acreditar por fora, com os olhos físicos, neste Papai Noel que decora as Lojas e circula na noite de Natal distribuindo os presentes que o dinheiro consegue comprar. Peço-te, Pai, que as pessoas consigam despojar-se desta exagerada valoração às coisas materiais, que tem causado tantas desigualdades e frustrações. Peço-te que rasgues as sombras provocadas pelas mazelas do mundo, com a força de tuas palavras. Que os lugares obscuros do espírito humano sejam ocupados por cintilações, e que estas luzes permaneçam para além das comemorações natalinas. Peço-te a extinção de alguns dogmas que colocam em risco a fraternidade e que estimulam a arrogância. Peço-te que nenhum sonho ou utopia sejam engolidos pela indiferença ou pela descrença. Peço-te que jamais se extinga da face da Terra, o sopro da poesia, e que ela também possa ser um instrumento de sintonia com o Sagrado. Encerro esta cartinha com a convicção de que, tão logo a humanidade alcance estes presentes, será unânime, universal, a possibilidade de um FELIZ NATAL!


Lúcia Barcelos

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