sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Vieram falar da tua partida, nas velas enfunadas que se viam ao longe, no rumo sem rumo das cartas de marear que ficaram abertas em mim. Disseram-me: sabias que há uma âncora no cais que costumavas ser mas que não amarra qualquer veleiro que ali aporte? Sempre soube. ______________________ Jose Luis Almeida.

Você pensou que ela seria seu Porto Seguro?

Justo ela, o mar em fúria?

Quando vento, ela voa livre

Quando pousa, ela é pura luxúria

Você pensou que ela seria sua rosa?

Esqueceu que ela é puro espinho?

Quando flor, ela desabrocha
Quando for, ela esquece o caminho

Você pensou que ela seria fogo brando?

Justo ela, a brasa acesa?

Quando mar, ela é maremoto

Quando amar, ela é incerteza

Você pensou que ela seria calmaria?

Justo ela, a mais intensa tempestade?

Quando chuva, ela é ventania

Quando jura, ela é de verdade

Você pensou que ela seria sempre doce?

Com seu jeito meigo e seu olhar amável?

Quando calma, ela é puro açúcar

Quando alma, ela é intragável

Você pensou que ela seria sua?

Esqueça tudo que pensou sobre ela

Quando você vem, ela fica nua

Quando você vai, ela volta a ser só dela!




Taiana Coelho

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