terça-feira, 20 de setembro de 2016

Se não tivéssemos nos esbarrado de jeito, será que teríamos sobrevivido às nossas desilusões e aos vales-desesperança que cada uma delas cravou em nós? Será que nossas almas raladas já teriam cicatrizado? E o nosso coração, como estaria neste momento? Batendo à toa, apenas apanhando ou totalmente anestesiado? ________________________ Ricardo Coiro


Arquivo Pessoal
Aproveitando a reflexão do trecho da escrita de Ricardo, gostaria de saber, o que teria sido de nós se não tivéssemos nos encontrado? Será que aquele dia, teria ficado aqui na memória comum, ou essa marca no lado esquerdo do peito seria mais uma de tantas e de muitas?!. Falo do dia, do ano, da hora do nosso encontro. Lembro-me bem, queria deletar  a conta de email, sumir do mapa, abandonar a casa, mas você já estava  a caminho. Bem na beira da estrada, enroscado em ventos favoráveis também aos desencontros. Veio com intensidade. Falaríamos de flores e reciprocidades? Ou da caixa de sentimentos que carregamos aqui no peito? E que de repente começamos a revirar, no afã desesperado de encontrarmos o que, na verdade, estava perdido dentro de nós.  E pra quem sabe entregarmos a quem merecedor. Com o encontro coloquei muitos sentimentos pra quarar; alguns afetos, como a ternura de ser olhada por um poeta/escritor/filósofo/cronista e apreciador das artes e do belo; Encontrei a fé contribuidora do inesperado diálogo do acaso. Se não tivéssemos nos encontrado é certo que a descrença teria ultrapassado limites; não saberia o exato conceito de distância e dor. Dor que é senti-la; olhos estariam ofuscados, sonhos camuflados e a chave da caixa estaria perdida, jogada em um canto qualquer. Após este encontro a leitura de seu coração se fez necessária.  Digo que "Elas" não são tantas assim. Talvez uma, sem nenhuma pretensão de que amasse a mim. Se não houvesse o encontro não sentiria a cobiça do jardineiro, mesmo sabendo que, faceiro que és enamora-te fácil, não só pelas flores, mas pelas estrelas e muitas marés. Não saberia de sua áurea, de sua calma; não saberia do paradoxo que és, e do paradoxo que me tornei. Não saberia amar o inexplicável ou rejeitar a possibilidade como ato de coragem. Não saberia da força que habita em ti,  tampouco das fragilidades que reinam em mim. Se não houvesse o encontro, não haveria o disco rodando em Elvis Costelo; não haveria a brisa do fim de tarde; o reflexo da camisa verde agua no olhar; nem filmes romanescos na alta madrugada. Como diz a canção:  Hoje sei " Eu estou maior do que era antes, estou melhor do que era ontem" (...) Filha do Mistério e do Silêncio." 

"O importante, de fato, é que nos achamos em meio a este monte de coisa nenhuma."... para nunca mais nos esquecermos de forma alguma.



Daniela Rodrigues Silva Gonçalves

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