quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Estou atravessando os espaços entre os abraços, o sentimento ilhado entre os versos, que muitos teimam em chamar saudade. Sou chama que movimenta silêncios. À procura da açucena perdida. Sou a falta do que fui e a esperança do meu caminhar. _____________________________ Abraão Vitoriano

Uma coisa é certo na vida, uma coisa da qual ninguém pode escapar, uma coisa que faz com que todos tenhamos algo em comum: todos nós chegaremos num ponto em que experimentaremos um rompimento de nossas próprias percepções. Em algum momento na vida, seremos partidos. Não externamente, não superficialmente, não temporariamente, mas de forma profunda e contínua. Em algum momento seremos feridos. Em algum momento seremos aquele que feriu. Não dependendo de nós mesmos, coisas acontecerão, consequências virão, mudanças repentinas e indesejáveis ocorrerão sem que tenhamos o controle sobre isso. Sofreremos perdas irreparáveis. Sentiremos as faltas, as ausências, a impotência de não poder impedir o fluxo da vida, a tristura da insuficiente força em vencer o desalento. Seremos fragmentados em inúmeros pedacinhos. Seremos desconstruídos além da embalagem que nos envolve. Mas depois, num outro momento, a vida nos dá um golpe de misericórdia. Nos reerguemos apesar das tristezas. Superamos, talvez não inteiramente, mas de forma a nos deixar caminhar. Seguimos em frente. E nunca mais seremos os mesmos.


Luci Alves

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