sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Eu queria que você soubesse que me atenho ainda às reações aceleradas, pulsantes, profundas. Que me soubesse tua. Mesmo depois do tempo frio, dos ventos fortes, das tempestades. _______________________ Érica de Paula

Eu queria que você soubesse que te sinto. Ainda te sinto todas as tardes, como em papel cravado, apertado entre o feitiço e a quentura, bruxa boa que fui. Eu queria que soubesse que retornei aos encontros nos dias de angústia, que lembro para não morrer ao mar, que teimo em procrastinar teus olhos outra vez, por proteção. Eu queria que me soubesse o mesmo vento perfumado que te trouxe pra perto, a mesma caligrafia, a mesma entrega em sentir. Eu queria mesmo que soubesse que ainda estou aqui, que ainda estamos juntos, que moramos num daqueles romances de Shakeaspeare, Romeu e Julieta das urgências, já ouviu falar? Eu queria que me soubesse presa em teus olhos, válvula, escape, curva, batida, veneno e cura, bonita, despenteada, espalhada em roupas pelo chão. Eu queria que me soubesse tua ainda.

 Nada mais.



Érica de Paula

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