Eu queria que você soubesse que
te sinto. Ainda te sinto todas as tardes, como em papel cravado, apertado entre
o feitiço e a quentura, bruxa boa que fui. Eu queria que soubesse que
retornei aos encontros nos dias de angústia, que lembro para não morrer ao mar,
que teimo em procrastinar teus olhos outra vez, por proteção. Eu queria que me soubesse o mesmo vento perfumado que te trouxe pra perto,
a mesma caligrafia, a mesma entrega em sentir. Eu queria mesmo que soubesse que
ainda estou aqui, que ainda estamos juntos, que moramos num daqueles romances
de Shakeaspeare, Romeu e Julieta das urgências, já ouviu falar? Eu queria que me soubesse presa
em teus olhos, válvula, escape, curva, batida, veneno e cura, bonita,
despenteada, espalhada em roupas pelo chão. Eu queria que me soubesse tua
ainda.
Nada mais.
Érica de Paula
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