sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Atravessando o temporal aprendemos a planar. Sobrevoar a vida para avançar usando a violência do vento. Tal como as gaivotas. ______________________ Joan Margarit.

Daí ela se lembrou 

de como é ser forte. 

Ela enxugou suas 

lágrimas e sorriu. 

Sim, sorriu, 

porque ela sabe que algo 

melhor está por vir. 

Ela sabe. 

- Tati Bernardi
Tarda, mas não muito, o dia em que todos os acasos não precisarão de definições. Tarda, mas não muito, o dia em que a justiça ganhará a sua maior graduação e todo o restante será insuportável. Tarda, mas não muito, o dia em que a verdade não será deformada e o amor, esse será a fiel representação da existência humana. Tarda, mas não muito o dia em que o sangrar do coração será curado com um simples afago. Tarda, mas não muito o dia em que desconfiaremos da verdade e enfiaremos o dedo na garganta para vomitar os clichês. Tarda, mas não muito, quando os olhos serão abertos para enxergar a vida em preto e branco e as mãos então, serão obrigadas pintar a vida com sua cor predileta, sem importar-se com as combinações e harmonia. Tarda, mas não muito, quando determinaremos que a beleza não irá esmagar a bondade, o caráter e a sobriedade.  Tarda, mas não muito, o dia em que a esperança será encontrada com facilidade tal como caçar borboletas nos jardins. Tarda, mas logo chegará o tempo não mais se discutirá a validade da vida e a importância da história. Tarda, mas não muito o dia em que cada humano será merecedor de protagonizar suas verdades e ninguém será rebaixado a sombras dos afetos alheios. Tarda, mas por muito pouco teremos tolerância para a nossa impaciência sentimental, ternura para as descomposturas da vida e o amor não mais passará por um degradante processo seletivo. Todos serão merecedores dele. Tarda, mas não muito.


Ita Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário