quarta-feira, 27 de maio de 2015

"E não se esqueça de que a Terra gosta de sentir os seus pés descalços e de que o vento anseia por brincar com seus cabelos." __________________________ [Khalil Gibran]

A coisa mais imotante do mundo
é sabermos como pertencermos
a nos mesmos...
Estou há dias procurando o porquê desse meu disparate: porque gosto dos barulhinhos da humanidade. Porque a vida é um absurdo sempre que me sento para tomar café. Para registro dos desacontecimentos. `Porque não acredito em verdades. porque mesmo com tantas terças-feiras por aí, domingos sempre teimam em dar as caras. porque não me conformo. Porque gosto de cinema. porque já cacei tatu-bola. Porque procuro praticar a existência. porque avião é uma espécie de trem futurista que “conhece atalhos perigosos”. `Porque existem Chico Buarque e Manoel de Barros. Porque os faróis dos carros da Consolação deslizam ligeiros no teto do meu quarto escuro. Para topar com uma nota musical. Para contornar esquinas. para usar caneta Bic. Porque seria uma janela se não fosse humana. Porque tem máquinas de refrigerante espalhadas nas estações de metrô. porque um beijo pode ser triste, interminável e paradisíaco. porque descobri que Deus não cochila. Porque existem poetas nas mesas dos bares.
Porque quero dobrar minha escrita fragmentada. porque casais de namorados discutem em plena faixa de pedestres. Porque a tarde cai em todas as cidades. Porque importuno as minhas memórias. porque tem palavras que não se usam mais. Porque as coisas têm segredos. Porque sempre acho que me repito. Porque um dia é insuficiente. Porque roubo histórias. Porque reparo em minhocas. Porque a morte é coisa simples. Porque tenho gosto pelas desimportâncias. Porque o meu corretor ortográfico não reconhece a palavra “desimportâncias”. 


Maria Casadevall

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