quinta-feira, 2 de junho de 2022

"Que na ausência dos encontros, possamos ser pensamentos." ( Ricardo Mellen)

Batidas na porta da frente
É o tempo (Sempre de mansinho...)
Eu bebo um pouquinho pra ter
Argumento (Tentar argumentar com o tempo, doce ilusão)

Mas fico sem jeito calado, ele ri (ele faz troça da gente)
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei (O tempo sempre zomba das pessoas, porque ele passa e deixa marcas na gente, nem sempre boas)

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
Junho 2022

É o tempo (Folhas que caem, pessoas que passam, lembranças, é assim que vejo essa estrofe)

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei 
(Somos tão pequenos diante do tempo, ele só deixa lembranças, e ele não sofre, nós é que choramos, sofremos, buscamos voltar no tempo a cada dia)

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos 
(Aqui o tempo é cruel, zomba dos nossos amores perdidos, das pessoas que ficaram no esquecimento e afirma que nosso destino é a solidão)

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto (Tapa na cara do tempo)
Que ele adormece as paixões
Eu desperto 
(É aí que sacaneamos o tempo, porque sabemos deixar o amor vivo dentro da gente, mesmo que o tempo o faça passar, ir embora, conseguimos mantê-lo vivo)

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Pra tentar reviver 
(Sim, o tempo precisa aprender que podemos mantê-lo dentro da gente, com lembranças, saudades, sentimentos bons)

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer 

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