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Eu sempre tive um coração meio mole. Ensaiava cartinhas de amor num diário trancado à chave. Sempre fui a menina romântica; a namoradinha do CD com trilha sonora. Cresci, sorri, sofri e confesso que persisti. Amadureci, é claro, mas acho que não endureci. Insisto na ideia de me entregar ao amor e a paixão porque no fim das contas, dando certo ou não, gosto de afeto. (...) A verdade é que gostar de alguém sempre me fez bem. Sempre fiquei mais inspirada, animada e encantada pela vida nos momentos em que minha afeição tinha direção.(...) afeto é um grande indicativo de humanidade e até onde eu sei sentimento ainda não é um defeito de fabricação. (...) Eu me recuso a encarar a frieza como uma vantagem. Me recuso a chamar de trouxas aqueles que assim como eu não se dão muito bem com a mecanização das relações. Me recuso a nutrir qualquer admiração especial por aqueles que têm a capacidade de “pegar sem se apegar” como se isso fosse algum indicativo de autossuficiência, boa autoestima ou amor próprio. É preciso entender que as pessoas são complexas demais e que reprimir sentimentos como se eles fossem um sinal de fraqueza é um grande desrespeito à personalidade encantadora daqueles que mesmo em meio a tanta frieza, têm corações persistentes nas delícias da paixão. É preciso respeitar a afeição.
Eduarda Costa
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