quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Que as palavras que eu falo, não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos; Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo"..., ___________________________ Oswaldo Montenegro.

Você tem o sorriso de folha dourada e
navega no segredo entre o outono e a primavera.

Fernando Coelho
Calem as palavras. Pois não acredito em nenhuma. Prometem aquilo que não somos. Basta confrontá-las com a realidade, com a dificuldade, e se estilhaçam, caem por terra, esquecem-se de ser o que prometeram no instante que esquecemos de ser aquilo quando prometemos. Quero uma palavra que me acompanhe por entre as sombras e banque a si sua existência. Quero a palavra que descanse e não me dê apenas a ideia de alívio. Quero a palavra que alivie e não me dê apenas temporária anestesia. Quero uma que valha mais que os silêncios. Amor declarado não é o suficiente. Quero o amor em prática, a sinceridade empírica, o cuidado e a atenção vividos no verbo realizado. Insistimos em sermos aquilo que nos impede de sermos melhores. E falamos sempre o contrário. 



Guilherme Antunes

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