quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Talvez não saibas, mas dormes nos meus dedos, de onde fazem ninhos as andorinhas. E crescem frutos ruivos e há segredos das mais pequenas coisas que são minhas (...) __________________________________ Joaquim Pessoa

Conjuga um verbo que conheças
no presente do indicativo,
soletra-o na segunda pessoa
do singular ao meu ouvido,
dá-me qualquer coisa
que me pareça eterno.

José Rui Teixeira
Claro que se tem medo que alguém nos entre pelos olhos. Mas podes arder. Para a tua temperatura sou mercúrio, linhas de mão, lábio e sopro. Atravesso-te porque me atravessas e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da devolução. Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar, tudo numa árvore. Aqui onde os minutos são a rua em que nos sentamos toda a tarde à espera do silêncio, onde o teu corpo pesa a medida exacta do meu desejo.Necessito diariamente da transfusão de uma enorme quantidade de calor. Tocas-me?




Vasco Gato, A paixão e prisão de Egon Schiele, 2005

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