quarta-feira, 11 de novembro de 2020

"Ela tinha ímpeto de desaparecer, virar espuma, vento, soprar longe. Tinha gana de desligar os telefones, o interfone, desligar-se. Sentia falta de rir sozinha lendo seus livros, acender incenso tomando banho quente, andar pela casa com sua camiseta, descalça, distraída, relaxada, ver seus filmes antigos tomando café forte, queria sua companhia de volta, não definitivamente (solidão nunca a seduziu), pois amava estar com os seus. Gostava de ser acolhida, mimada, mas algumas vezes, um filme, um café, pés descalços, lhe bastava." ___________________________ Renata Fagundes


Menina dos olhos cintilantes, que sorri para o dia de sol e para as flores que brotam sem pedir licença. Feminina, encantadora e apaixonada; pelos outros, pela vida ou por qualquer coisa que simplesmente – como se fosse pouco – faça bem a ela. Ela não costuma admitir, mas adora sentir-se acolhida. O que para os outros pode soar como pieguice, para ela é delicadeza, e uma linda parcela de amor. Sabe viver o presente sem se preocupar com os medos do futuro, porém, muitas vezes, oculta as suas vulnerabilidades para proteger asua sensibilidade à flor da pele. “Como existem pessoas que não gostam de carinho?”, “Por que elas escondem tanto o que sentem?”, – se questiona, deitada em sua cama e olhando para o branco do teto, que, tempos atrás, era repleto de estrelas e planetas fluorescentes colados. Se entregar? Só se for de corpo e alma.  Prefere sentimento sincero. Quer ser Companheira, solidária e munida de sinceras gentilezas, ela se adapta às situações, mantém a calma, mesmo perto de quem desvaloriza a sua veia sonhadora. Mas, quando sozinha, se esconde na sua concha e sorri por saber que os sonhos são, e sempre serão, os seus melhores amigos.

Fred Elboni

Nenhum comentário:

Postar um comentário