sexta-feira, 28 de agosto de 2015

“Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo.” _________________________ Kurt Cobain.



E mesmo sem entender, 

eu sinto, aceito e agradeço.

Nessa ordem.


Bibiana Benites
De vez em quando, alguns acontecimentos tendem a retornar e despertar dores. Talvez seja por isso que nunca os revisitamos. Lembrei-me aqui de uma citação de Tolstoy: “Eu queria movimento e não um curso calmo de existência. Queria excitação e perigo e a chance de me sacrificar por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava segurança em nossa vida tranquila”. Há dores que precisam da nossa atenção. E por mais que a “dor doída” esteja presente no caminhar diário, há sempre sinais vermelhos nos aconselhando a ameaça do acidente. Propositei tantos sonhos que até esqueci-me de escrever e hoje se perderam nos sinuosos rios dos meus pensamentos. “Você está feliz?” é a constante pergunta que as pessoas me fazem. E elas sempre esperam que meus olhos brilhem e que minha boca profira: “Sim, estou!”. Até porque, quem ama quer ver a felicidade impressa no semblante do amado. Se eu contestar apenas com um “sim”, não terei razões suficientes para legitimá-lo. Sobre isso tive um insight e lembrei-me da canção Giz do Renato Russo: “Pra ser honesto sou um pouquinho infeliz!”. Por isso, todas as vezes que me indagam sobre minha felicidade, permito que um silêncio inunde e reverbere em meu ser. Só depois arremato: “sou uma eterna construtora da minha felicidade”. Adélia Prado já dizia: “Não quero pão, eu quero é fome”. Deus me livre do aprazimento que mata meus desejos! Que as dores dos meus dissabores me arrastem, instigue meus afetos a buscar o meu íntimo desejo: a busca pela essência da minha existência e da minha felicidade. É por isso que aqueles que tiverem a gentileza e a paciência de passear pelas minhas palavras buriladas e desfrutar dos meus rabiscos se tornarão cúmplices dos meus propósitos. Mas nada disso me impede de ser errante, transgressora, experienciadora de fracassos. Até que eu não descubra os enigmas dos caminhos que percorro, olhando em cada ato um significado maior, deixando que as dores me reencontrem continuarei a afirmar e cantar: Pra ser honesta sou um pouquinho infeliz!

Igor Pereira- Adaptado

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